sábado, 5 de abril de 2014

NIRVANA III – Incesticide (1992)




Incesticide foi uma compilação lançada em 1992 para acalmar os ânimos dos fãs que ansiavam por novidades do Nirvana, após o estouro do Nevermind. Já que o álbum com inéditas (In Utero) iria demorar mais para ser finalizado, a jogada foi garimpar raridades e lados b de singles gravados entre 1988 e 1991.
O resultado é um álbum um tanto diferente. Tem músicas que trazem a sonoridade característica que consagrou a banda no álbum anterior, porém há músicas com uma sonoridade bem diferente, o que também serve para mostrar ao público que o Nirvana é uma banda de múltiplas influências e aberta à diversidade.
A capa é uma pintura de Kurt, que foi creditada como Kurdt Kobain.

1- "Dive" – 3:55 (Cobain/Novoselic)
Uma boa pedida para abrir o álbum. Pesada, gritada, mas com andamento mais suave. Letra crítica, pra variar, que fala sobre a necessidade de ser aceito e ir até as últimas consequências em função disso.
Dive havia sido lançada anteriormente como single em 1990, junto com Sliver, e também entrou para uma coletânea da gravadora SubPop chamada The grunge Years, lançada em 1991.

2- "Sliver" – 2:16 (Cobain)
Minha favorita do álbum. Entraria num dos outros álbuns fácil. Foi originalmente lançada como single em 1990 pela SubPop, junto com a música anterior.
Vejo a letra como uma piada, mas também uma crítica a ser obrigado a fazer o que não quer.
Curiosidade, quem toca bateria nessa faixa é Dan Peters, que também tocou depois com o Screaming Trees e com o Mudhoney.

3- "Stain" – 2:40 (Cobain)
O baixo aparece bem marcado aqui, a guitarra distorcida dá o tom. É possível perceber que é mais crua que as anteriores, mais próximo do Nirvana de Bleach que do Nevermind.
Foi lançada inicialmente no EP Blew, de 198.É possível perceber até que é mais antiga até pela tipo de gravação. O som aqui surge até um pouco mais “abafado”.
Há quem diga que a música é em homenagem ao guitarrista Dave Mustaine, a quem Kurt admirava. Ouça com atenção o refrão “I'm a stain” e pense em: “I'm Mustaine”...

4- "Been a Son" – 1:55 (Cobain)É das mais popzinhas do álbum. Dá pra ouvir no churrasco de domingo, com a família. Riff de guitarra fácil e grudento, sem gritos.
Algumas pessoas defendem que a letra fala de Courtney Love, vocalista do Hole, com quem Kurt se casou, de pijama, em 24 de fevereiro de 1992 no Hawaii. (curiosidade, a filha do casal, Frances Bean Cobain nasceu em agosto do mesmo ano).
Ao meu ver a letra fala da mulher, de modo geral, enquanto gênero e do machismo. Kurt, como feminista que era, traz novamente a questão a tona, dizendo que “ela” deveria ter feito sua mãe orgulhosa, deveria ter se destacado, portanto, deveria ter sido “o filho”.

5- "Turnaround" (Gerald Casale/Mark Mothersbaugh) – 2:19
Cover do Devo (!). Mais uma vez a banda surpreende com uma inusitada cover. Muito bacana, aliás, por ter a “cara” da banda, sem perder o toque da original.

6-"Molly's Lips" (Eugene Kelly/Frances McKee) – 1:54
e
7- "Son of a Gun" (Eugene Kelly/Frances McKee) – 2:48
Ambas covers do Vaselines, uma das bandas favoritas de Kurt.
Foram lançadas anteriormente no EP Hormoaning, também de 92, que saiu apenas no Japão e Austrália. As gravações são de 1990, do programa da BBC John Peel Session.

8-"(New Wave) Polly" (Cobain) – 1:47
Versão um “pouco” diferente daquela lançada no Nevermind.
Mais rápida, com mais pegada. Gosto menos, mas não deixa de ser muito boa.

9- "Beeswax" (Kurt Cobain) – 2:50
Difícil essa hein? Dissonante. Muita microfonia, distorção e desafinação. Mas tem uma bateria incrível, e aquela dinâmica com uma (quase) pausa no meio.
Bem, a letra, melhor nem comentar. Piração total.

10- "Downer" (Cobain) – 1:43
Voltou a ser lançada aqui, porque havia saído como faixa bônus em apenas algumas cópias de Bleach.

11- "Mexican Seafood" (Cobain) – 1:55
Encaixa bem na sequencia da anterior. Difícl comentar a letra, escatologia pura.

12- "Hairspray Queen" (Cobain e Krist Novoselic) – 4:13
E essa então? Kurt Desafinando propositalmente, pra incomodar os ouvidos mais sensíveis, e a guitarra mais distorcida impossível. Muita dissonância.
Mas tem aquela bateria bem legal, com viradinhas bem colocada, e uma condução que dá o toque. Há boatos de que ao ouvir a faixa de trás pra frente é possível identificar claramente todas as palavras que ele canta.

13- "Aero Zeppelin" (Cobain e Novoselic) – 4:41
Essa faixa nem parece Nirvana. Poucos reconheceriam a banda numa audição “às cegas.”
É bem metal mesmo, com vocal limpo, solinho de guitarra, bateria marcada e o baixo bem pesadão dando um clima um tanto sombrio.
O título remete às bandas Aerosmith e Led Zeppelin, parece que foi uma homenagem a essas grandes bandas. Mas a letra é uma crítica à sociedade de consumo.


14-"Big Long Now" (Cobain e Novoselic) – 5:03
Vem na mesma linha da anterior, mais metal, porém um tanto mais sombria.
Me lembra um pouco aquelas bandas de metal gótico, sei lá, tipo Type O negative, ou algo assim.
A letra também é bem deprê. É a bipolaridade de Kurt gritando alto. Ou está narrando um encontro alienígena.

15- "Aneurysm" (Cobain/Novoselic/Grohl) – 4:36Sem dúvida, a melhor do disco. O cheiro do espírito jovem que só o Nirvana tem.
É pra terminar quebrando tudo!

Dá pra ouvir o álbum todo aqui:


2 comentários:

  1. É o disco mais "bipolar" dos caras... hahahaha. Vai de uma coisa bem suave pra podridão máxima. Adorei ouvir esse com vc. =)

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