quarta-feira, 2 de abril de 2014

Sérgio Sampaio: Introdução

Tudo começa com a primeira vez que eu ouvi "Sociedade da Grã Ordem Kavernista apresenta: Sessão das Dez". Claro que o impacto que esse disco causou em mim não é nenhum segredo, afinal o Sérgio Sampaio já vai ser o segundo "Kavernista" que eu vou discografar. No Especial Semana da Mulher eu falei da Miriam Batucada, lembram?  Pois é, e ainda melhor que isso, nosso brother Sallinas tá escrevendo sobre o MESTRE Raulzito. Edy Star que se cuide ou logo vai acabar caindo aqui também, no nosso humilde blog. rs

(Foto clássica dos Kavernistas: Sérgio, Edy, Miriam e Raul)

Capixaba de Cachoeiro de Itapemirim, cidade do Roberto Carlos também, e aliás, o primo do Sampaio (o Raul Sampaio) escreveu grandes sucessos gravados na voz do Rei. O cara percorreu um longo caminho de Cachoeiro até o Rio, onde tentou trabalho como radialista, mas não conseguia largar a "farra" das noites cariocas. Assim como Raul, também mendigou e "passou fome na cidade maravilhosa". Escreveu diversas músicas nesse período que foram sucesso em interpretações de famosos da época, como o Trio Ternura (com "Sol 40 Graus" e "Vê se dá um jeito nisso", composta com Raul) e Dóris Monteiro (com "Coco Verde", que Sérgio também gravou num compacto). Depois de vencer o Festival de MPB de Cachoeiro e gravar com Raul e Cia, é que de fato sua carreira "começa".

Bom, deu pra sentir um pouco de quem era o Sampaio nessa época dos "Kavernistas", em 1971. Mas nem de longe eu imaginava o que "escondia" a obra autoral, solo, do cara. Quando me interessei em buscar os discos (são 4 no total, sem contar a "Sociedade.."), fui descobrindo o brilhantismo da poesia e da música do Sampaio, que até então me permaneciam ocultos, desconhecidos, ignorados. Fiquei imediatamente fissurado na obre dele, nos poucos mas brilhantes discos que ele lançou durante duas décadas (na verdade o último é póstumo, mas falaremos dele mais tarde). O cara morreu praticamente esquecido, longe dos holofotes que um dia lhe iluminaram, longe da mídia, inacessível. Dá até dor no coração (meu momento sentimental) em pensar que um cara grandioso como esse foi deixado de lado. Imperdoável.


Foi uma experiência maravilhosa descobrir esse gênio esquecido da nossa música. Acho bobagem levantar a questão de quem era o "maior" ali entre os "Kavernistas", o fato é que cada um tem seu toque de genialidade, Miriam, Edy, Sampaio e Raul (que eu nem discuto, ok? rs). Sérgio é um cara com mais "sensibilidade dramática", tem uma leveza que contrapõe uma forte paixão, as letras são maravilhosas, rebuscadas, extremamente poéticas e bem construídas. Gênio, simplesmente. Se tornou um dos meus compositores favoritos da MPB, do rock, e tudo mais. Vai ser um grande prazer discografar esse capixaba que me relembrado, reouvido, refalado, reescrito e recomentado. Até o próximo post, com o primeiro disco do Sampaio, "Eu quero é botar meu bloco na rua", de 1973. Valeu!

Um comentário:

  1. Merecidamente, Sérgio Sampaio ganha aqui um espaço.
    Um gênio da música brasileira que não pode ser esquecido!

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