terça-feira, 3 de junho de 2014

EngHaw - 8° Filmes de Guerra, Canções de Amor

Olá, pessoas! (:


1993 é o ano de lançamento do oitavo disco dos Engenheiros, o Ao Vivo “Filmes de Guerra, Canções de Amor”, seguindo o ritmo adotado pela banda até o momento, de um álbum ao vivo a cada três de estúdio. Produzido por Mayrton Bahia, que já havia produzido a lendária Legião Urbana, e gravado ao vivo na sala Cecília Meirelles, no Rio de Janeiro (com exceção das inéditas “Realidade virtual”, e ”Às vezes Nunca”, que foram gravadas em estúdio), em Julho de 1993.






Bom, eu não seria nada original se dissesse que é considerado por muitos, um dos melhores (quiçá o melhor!) álbum da banda, tanto entre os Ao Vivo, Acústicos e de Estúdio, pelas inéditas, pelas reinventadas (dá pra considerar praticamente como um disco de inéditas, considerando as ótimas versões que conseguem melhorar ainda mais as músicas já lançadas...), pelo estilo semi-acústico (Com a percussão feita sem bateria, com guitarras acústicas, piano, acordeon), nem lá-nem-cá, a contribuição da Orquestra Sinfônica, regida por Wagner Tiso, o amadurecimento, a despedida do guitarrista Augusto Licks, dando fim à “Era GLM”... Também, seria igualmente inútil dizer que eu o acho, de fato, brilhante! Visto que minhas opiniões elogiosas à banda são altamente suspeitas, dado o meu fanatismo... Então, deixo à seu critério o julgamento.   

Infelizmente, não encontrei um vídeo com o disco completo, exceto esse aqui... 
Mas já dá pro gasto, rs.

Enjoy!


Inédita e “abre-alas” do disco, com uma pitada clássica, acompanhada da orquestra sinfônica de Wagner Tiso, num clima perfeitamente ambientado à letra, te transportando à auto mar, “onda após onda, após onda... O barco ainda flutua. Ao sabor do acaso, apesar dos pesares...”.
Como todos os discos, seguindo a lógica artística da banda, o projeto é iniciado no clima proposto: à deriva.
“Então, preste atenção: O mar não ensina, insinua. Estamos no mesmo barco, sob a mesma lua
Ao sabor da corrente, tão fortes quanto o elo mais fraco
Âncora, vela, qual me leva? Qual me prende?
Mapas e bússola, sorte e acaso, quem sabe do que depende... (?)”.

Resgatada do 2° disco (Arevolta dos Dândis – 1987), e reinventada num blues acústico, a música perde a agressividade e ganha uma cara mais sínica, como quem passa do revolucionário irado ao crítico maduro...
“As coisas mudam de nome, mas continuam sendo o que sempre serão”.

Agora, voltando ao 3° disco (Ouça o que eu digo, não ouça ninguém – 1988), a canção ganha sua versão cheia de charme com a guitarra do Licks, acompanhando irresistivelmente cada verso. A percussão suave do Maltz regendo o clima manso da nova versão, e o Gessinger, bom, sendo o Gessinger...
“Pra entender... Nada disso é tudo, e tudo isso é fundamental!”

A segunda inédita lançada no acústico, com a gaita que a banda tanto gosta de usar, brilhando junto com o vocal, (e provavelmente só por este motivo não é tocada pelo multifacetado vocalista...), e à certa altura ganha também o acompanhamento de um triângulo...
“Quanto vale a vida, longe de quem nos faz viver?
São segredos que a gente não conta, são contas que a gente não faz
Coisas que o dinheiro não compra, perguntas que a gente não faz...”
Depois, virando um reggae engata um meddley com “Terra de Gigantes”, de onde vem o questionamento que dá nome a ela, e mais pra frente ganha um trechinho de “Refrão de um bolero” e “Perfeita simetria” .

Ainda resgatando o disco de 1988, é a vez da crônica ser cantada quase como um repente, com triângulo e belos novos arranjos em guitarras acústicas e uma percussão, acredito eu que em um bongô, e o belo acompanhamento das palmas, que energia...
“... Tudo isso já faz parte da rotina, e a rotina já faz parte de você... Que tem ideias tão modernas!
E é o mesmo homem que vivia nas cavernas...”.

A belíssima música do 5° disco (O papa é pop – 1990) substitui o piano pelo acordeon pela primeira vez, nascendo uma de suas versões mais belas.

Lançada no 6° disco (VáriasVariáveis – 1991), eu me arrisco a dizer que essa versão humilhou a primeira. Não que a original fosse ruim, mas essa versão aqui realmente... Só ouvindo. Coisa linda!
“Uma voz sublime, uma palavra sublime, um discurso subliminar
Entre sombras, entre escombros da nossa solidez...”.

A canção que dá nome ao 4° disco, o primeiro acústico (Alívio Imediato – 1989), a sua reinvenção ganha não apenas nova melodia, mas também letra alterada em alguns trechos.
“Que a noite traga alívio imediato, e que os muros e as grades caiam...”.

Sem medo da redundância, eu me atrevo a afirmar que este disco re-lança a melhor versão pra esta, também do 6° disco. Acompanhada pela orquestra, e com o Gessinger ao piano, a versão se tornou mais popular que a de lançamento.

Também acompanhada pela orquestra, original do 5° CD, a música ganha o seu glamour clássico, mas sem perder o tom marcial com a percussão em marcha no final.

Terceira inédita lançada neste disco, é gravada em estúdio, e plugada. Uma combinação de ritmos dentro dela, com sax, acordeon, triângulo e pesados riffs de guitarra em perfeita harmonia, cada um em seu momento. A letra é mais uma dessas demonstrações geniais do raciocínio subjetivo e subliminar do letrista, méééstre!
Às vezes nunca é a materialização sonora daqueles momentos que não aconteceram ainda, mas na sua cabeça são praticamente sólidos! Entendeu? Não? Então ouve...
“Às vezes não entendo o que você quer dizer quando fica calada,
você sempre soube (eu não sabia)
Quando a frase acaba, o mundo silencia
Às vezes não entendo onde você quer chegar quando fica parada
É como ficar esperando cartas que nunca vão chegar...”

A quarta música inédita, também gravada em estúdio, e com ares de encerramento, como que projetada pra fechar o disco... E um encerramento irônico, iniciado e terminado com um coral de acompanhamento.

“É preciso fé cega, e pé atrás. Olho vivo, faro fino, e tanto faz...”.

Até o "Simples de Coração"
Tchau! o/

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